A situação de descontrole da pandemia no Brasil, que vem vitimando cerca de 3 mil pessoas por dia e faz do país, atualmente, o epicentro global da crise sanitária, está fazendo montadoras internacionais ligarem o alerta. Depois da Volkswagen, a Renault e a Toyota anunciaram que vão suspender a produção de veículos em suas fábricas brasileiras.
Ambas as montadoras vão paralisar as atividades para evitar o aumento de contágios do coronavírus, em respeito às medidas restritivas decretadas por governadores e prefeitos e em uma atitude que está no polo oposto ao pregado pelo governo Bolsonaro, que critica essas medidas.
"A medida tem como objetivo contribuir com a redução de circulação de pessoas no momento mais crítico da pandemia no país, além de atender a antecipação de feriados por parte de autoridades em algumas dessas regiões", disse a Toyota em comunicado. A empresa vai suspender as atividades, a partir do 29 de março, nas fábricas São Bernardo do Campo, Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba, com retorno previsto para os dias 5 e 6 de abril.
Já a Renault, que paralisará a produção pelo mesmo período, informou em comunicado que a medida "tem como objetivo contribuir para o isolamento social neste momento em que diferentes cidades adotaram medidas mais restritivas".
As duas empresas dizem que suspenderam as atividades em acordo com os sindicatos que representam os trabalhadores e que os dias parados serão compensados posteriormente.
Em janeiro, a Ford foi mais radical que as duas montadoras que paralisaram a produção e anunciou o fechamento de todas as fábricas no Brasil, alegando que não enxerga "futuro sustentável e lucrativo" no país.