Dois meses antes de ser diagnosticado com Covid-19, doença que o vitimou nesta quinta-feira (18), o senador Major Olímpio (PSL-SP) gravou um vídeo para uma campanha de incentivo à vacinação. Ele tinha 58 anos e faleceu após mais de duas semanas internado, antes de conseguir ser imunizado.
"Não se trata de defesa de ideologia, partido político ou preferência pessoal. O único caminho para combater o coronavírus é a vacinação da população. Vidas brasileiras importam. Quero ser vacinado. Participe, apoie e multiplique", disse Olímpio em vídeo gravado no dia 4 de janeiro, antes do início da vacinação no Brasil, que começaria semanas depois.
À época, Olímpio fazia coro às críticas a Jair Bolsonaro pelo atraso na vacinação contra a Covid no Brasil. O senador chegou a participar de aglomerações em atos contra o fechamento do comércio e as medidas restritivas, semanas antes de ser internado, mas vinha sustentando uma postura crítica ao "negacionismo criminoso" de Bolsonaro, com quem era rompido desde o início de 2020.
"Hoje o país está desesperado. Mais de 200 mil mortos e nós estávamos de recesso. Negacionismo criminoso de presidente da República e de ministro da Saúde, ministro criminoso que é criminoso por ação e por omissão", havia dito Olímpio em 1º de fevereiro ao abrir mão de sua candidatura à presidência do Senado.
Morte cerebral
Diagnosticado com Covid-19 no início do mês, Olímpio estava internado no Hospital São Camilo, na capital paulista. Na última semana, o senador apresentou piora em seu quadro de saúde e precisou ser intubado.
“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olimpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, diz nota da família do senador divulgada na tarde desta quinta-feira (18).
Nascido em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, Olímpio atuou como policial militar por 29 anos e já foi deputado estadual e federal. Eleito para o Senado em 2018 com o apoio de Jair Bolsonaro, ele rompeu com o presidente, assim como fizeram inúmeros outros parlamentares do PSL, no início de 2020.
Além de Olímpio, a Covid-19 vitimou no Senado José Maranhão (MDB-PB) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ).