A Lava Jato teve consequências dramáticas sob o ponto de visto político no Brasil. No entanto, a economia do país também sofreu estragos e imensos prejuízos em função da forma como a operação foi conduzida.
Para se ter uma ideia, a Lava Jato custou 4,4 milhões de empregos e 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB); deixou de arrecadar R$ 47,4 bilhões de impostos e R$ 20,3 bilhões em contribuições sobre a folha, além de ter reduzido a massa salarial do país em R$ 85,8 bilhões.
E mais: afetou os setores envolvidos diretamente (petróleo e gás e construção civil), mas também uma gama importante de outros segmentos (devido aos impactos indiretos e ao efeito renda); em resumo: a operação teve impacto político e também no desenvolvimento de setores econômicos estratégicos para o país.
Essas são algumas conclusões do estudo “Implicações Econômicas Intersetoriais da Operação Lava Jato”, desenvolvido em parceria da Centra Única dos Trabalhadores (CUT) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O levantamento foi apresentado nesta terça-feira (16). “Nosso objetivo é garantir a criação de instrumentos e leis para impedir que a destruição causada pela Lava Jato se repita no Brasil”, diz o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
O trabalho revela, também, que a Lava Jato fez o Brasil perder R$ 172,2 bilhões em investimentos, além da destruição dos 4,4 milhões de empregos. O setor mais afetado foi a construção civil, que perdeu 1,1 milhão de postos de trabalho.
O estudo mostra, ainda, os investimentos totais e em exploração e produção da Petrobras, de 2002 a 2020; diferenças no PIB e volume de ocupações entre os dois: Economia real com Lava Jato e economia sem Lava Jato; valores de investimentos da Petrobras realizados de 2005 a 2017.
Impactos negativos
O levantamento destaca os impactos negativos na redução dos investimentos previstos em empregos, valores arrecadados, impostos e salários, além dos impactos setoriais negativos nos empregos e evolução do PIB na comparação com e sem Lava Jato.
Nobre conta que o estudo foi realizado porque a maior central sindical do país, por defender o emprego, tinha de apurar o impacto da Lava Jato no mercado de trabalho e na economia. “Desde o início da operação, lá em 2014, alertamos que a Lava Jato tinha que se concentrar em investigar as denúncias e punir os culpados, sem, com isso, destruir as empresas e, consequentemente, os empregos e a economia”, acrescenta.
Com informações da CUT
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