Mesmo sem precedentes, Bolsonaro diz que medidas de restrição provocarão saques e fogo em ônibus

Possibilidade aventada pelo presidente nunca foi registrada no país desde o início da pandemia, que sequer lockdown nacional teve; mandatário ainda questionou números da Covid divulgados pelo seu próprio governo

Foto: Marcos Corrêa/PR
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Mesmo com o país registrando mais de 2 mil mortes por Covid diariamente e já sendo o epicentro global da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro segue pregando contra as medidas de restrição e ainda aventa uma possibilidade de caos social nas ruas que pode servir como um incentivo aos seus apoiadores.

Durante reunião virtual da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, na quinta-feira (12), o mandatário disparou contra prefeitos e governadores pelo endurecimento nas regras contra o contágio do vírus, apontadas como a melhor solução para conter a pandemia enquanto não há vacinação em massa, e pintou um quadro de pânico que nunca foi observado desde o início da crise sanitária.

"Até quando nossa economia vai resistir? Que, se colapsar, vai ser uma desgraça. O que poderemos ter brevemente? Invasão aos supermercados, fogo em ônibus. Greve, piquetes, paralisações. Aonde vamos chegar?", disparou Bolsonaro.

Na mesma reunião, o presidente ainda colocou em dúvidas os números da Covid-19 que são divulgados pelo seu próprio Ministério da Saúde.

"Tenho vários atestados de óbito comigo, várias comorbidades, e lá embaixo está escrito: 'suspeita de covid'. Entra na estatística como morte por covid", declarou.

Na parte da noite, durante sua live semanal, o presidente chegou a ler uma carta de suicídio para criticar o lockdown. A atitude foi motivo de repúdio nas redes sociais por criar gatilhos em pessoas que sofrem de depressão.