Sandra Ramos, professora do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e ligada ao movimento Escola sem Partido, foi escolhida para a coordenação dos materiais didáticos do Ministério da Educação (MEC). A nomeação foi feita pelo ministro e pastor Milton Ribeiro.
A professora também é crítica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que indica os objetivos de aprendizagem, de acordo com reportagem de Júlia Marques, em O Estado de S. Paulo.
O Escola sem Partido é um movimento que afirma haver “doutrinação política e ideológica” nas instituições de ensino, além de perseguir professores.
Sandra participou, há menos de um ano, de um vídeo com Miguel Nagib, fundador do Escola sem Partido. Na oportunidade, ela disse que pesquisa a ideologia de gênero nos livros didáticos e afirmou que existe uma “minoria ruidosa” que se mantém na posição de defesa de ideologias político-partidárias.
No blog De olho no livro didático, Sandra analisou a BNCC por uma “perspectiva conservadora cristã”. Defendeu a discussão da evolução da espécie com base na teoria criacionista e, ainda, sugeriu a retirada de citações das culturas africanas e indígenas do documento.
Críticas
A nomeação foi muito criticada por representantes de entidades estudantis e especialistas. “Querem deturpar a história do Brasil e impedir que os estudantes tenham acesso ao conhecimento”, escreveu Rozana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) no Twitter.
“A nova coordenadora-geral dos livros didáticos no MEC é colaboradora do Escola sem Partido, movimento que incentiva a perseguição a professores. A boiada está passando”, comentou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação.