Diadema (SP) pode vacinar até 15 mil pessoas por dia, mas só recebeu 11 mil doses do governo, revela prefeito

"O Ministério da Saúde é um fiasco", criticou José de Filippi Júnior (PT), que não recebeu nem metade das doses de vacina contra a Covid prometidas pelo governo Bolsonaro

Foto: Divulgação/Prefeitura de Diadema
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O prefeito de Diadema (SP), José de Filippi Júnior (PT), revelou nesta terça-feira (9) que sua cidade está com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) preparadas e capacitadas para vacinar de 10 a 15 mil pessoas por dia contra a Covid-19, mas até agora só recebeu do governo federal 11.900 doses dos imunizantes.

"Temos 20 Unidades Básicas de Saúde e capacidade de vacinar de 10 a 15 mil pessoas por dia. Essa é a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS). As 20 unidades estavam preparadas para isso. Mas o Ministério da Saúde é um fiasco. Até agora, das 70 mil doses previstas, recebemos apenas 11.900", disse o prefeito em entrevista coletiva a veículos de imprensa, entre eles a Fórum, promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Segundo Filippi, com as poucas doses enviadas até agora pelo governo Bolsonaro, a cidade já realizou a imunização de profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, idosos que vivem em abrigos e cuidadores, profissionais de ambulâncias e idosos a partir de 90 anos.

Nesta quarta-feira (10), a prefeitura de Filippi antecipará a vacinação, inicialmente prevista para a próxima semana, de idosos entre 85 e 89 anos.

Necessidade da volta do auxílio emergencial

Na mesma entrevista, Filippi revelou que pegou uma cidade totalmente abandonada pelo seu antecessor, com um aumento da população em situação de rua e, inclusive, registros de casos de subnutrição de crianças.

O prefeito afirmou que já está trabalhando, dentro de um comitê intersecretarial de combate à Covid, com políticas de assistência social e combate à fome. Ele citou a ampliação de abrigos para acolher população em situação de rua e também o aumento na produção de alimentos em restaurantes populares para garantir refeições a crianças que não estão indo à escola por conta da pandemia.

O mandatário municipal salientou, entretanto, a necessidade da retomada do auxílio emergencial por parte do governo federal, uma vez que o orçamento mensal da cidade representa quase a totalidade dos recursos destinados às 119 mil pessoas do município que receberam o benefício no ano passado.

"Nós precisamos e exigiremos, junto à Frente Nacional dos Prefeitos e o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, a volta do auxílio emergencial", garantiu Filippi.

Assista, abaixo, a íntegra da entrevista.

https://www.youtube.com/watch?v=hDgSMshocoA