Flores, e não pedras. Com esse lema, o padre Júlio Lancelotti, vigário episcopal da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, convoca para um protesto no próximo sábado (6), na zona leste da capital paulista. Será embaixo do viaduto Antônio de Paiva Monteiro, onde a Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), havia colocado pedras. Detalhe: o local é usado como abrigo por moradores de rua e catadores de material reciclável.
Em um vídeo divulgado em redes sociais, padre Júlio explica como será a dinâmica. A ideia é um protesto simbólico, mas sem aglomeração.
“Nós queremos convidar os todos que puderem no próximo sábado, sem aglomeração sem ficarmos aqui, mas no próximo, dia 6, as três horas da tarde, quem passar e quiser deixar flores aqui onde estavam as pedras”, afirma ele. No vídeo, o religioso está sob o viaduto, no lugar onde as pedras tinham sido colocadas.
“Nós queremos flores e não pedras. Nós queremos uma cidade humana, e não uma cidade empedernida”, continua o padre. “Então neste sábado dia 6, às três horas da tarde, quem passar aqui pela avenida Salim Farah Maluf deixe uma flor aqui que nós vamos colocar”, explica.
“É nosso protesto, é nosso anúncio, é nosso desejo”, finalizou.
À Fórum, padre Júlio confirmou o ato e disse que, de fato, a ideia não é que os participantes fiquem no local, para evitar aglomeração, mas que passem no viaduto a partir das 15h e deixem flores.
Pedras sob o viaduto
O episódio da colocação das pedras sob o viaduto na zona leste de São Paulo foi parar em diversos veículos de imprensa e tomou ainda mais fôlego depois de o padre Júlio, que tem 72 anos, pegar uma marreta para quebrar as pedras pessoalmente. A cena viralizou. Naquele momento, equipes da prefeitura também faziam o serviço, manualmente.
Com a atitude do padre, foram enviadas máquinas para acelerar a retirada das pedras.
A prefeitura alega que o serviço foi realizado sob ordem de um funcionário que foi exonerado.
Veja o vídeo com a convocação do coordenador da Pastoral do Povo de Rua.