O menino de 11 anos que foi encontrado acorrentado e preso dentro de um barril em Campinas (interior de SP) no mês passado disse que foi colocado ali como castigo por ter pegado comida que não era autorizado. A informação foi divulgada pelo UOL.
Segundo a reportagem, ele disse em depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher que tinha sido preso no barril havia cerca de um mês. O castigo teria sido aplicado por ele ter pegado a comida sem autorização dos responsáveis.
Laudo elaborado pelo Instituto de Criminalística no dia do resgate da criança revelou que havia fartura de comida na residência.
O menino foi deixado com a família por sua mãe biológica há cerca de sete anos, pois ela alegava que o homem era seu pai. Exames constataram que ele não era, mas mesmo assim o homem adotou o menino por vias legais.
Nas investigações sobre o caso, a Polícia Civil ouviu vizinhos da família. Eles informaram que desde alguns dias antes do Réveillon não tinham contato com o menino, que sempre brincava na rua.
Os relatos batem com uma informação obtida pela equipe do hospital que atendeu o menino, internado com quadro de desidratação. Ele contou que tinha visto os fogos de comemoração de Ano Novo por buracos abertos para que pudesse respirar.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu denúncia na última sexta-feira (12) contra o pai da criança, a madrasta e a filha desta última. A promotora Adriana Vacare Tezine os acusa de tortura. A peça cita o resultado de exame de corpo de delito, que apontou na criança lesões causadas por agentes contundentes e corto-contundentes.