A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul, aplicou um vestibular no domingo (7) com pergunta que validava o uso da cloroquina como "tratamento" contra a Covid-19. O remédio, no entanto, não tem eficácia comprovada.
Segundo informações de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o enunciado afirmava que “em 2020, o Ministério da Saúde, no Brasil, divulgou orientações para ampliar o acesso de pacientes com Covid-19 ao tratamento medicamentoso contendo cloroquina e hidroxicloroquina”.
A questão então pedia para o candidato identificar a estrutura química das substâncias.
A diretoria da Associação dos Docentes da UFGD divulgou uma nota de repúdio afirmando ser “inadmissível qualificar tais medicamentos para um tratamento”, já que sua eficácia não foi comprovada.
A reitora da UFGD, Mirlene Ferreira Macedo Damázio, foi nomeada ao cargo em 2019 a partir de uma intervenção do presidente Jair Bolsonaro nas eleições da instituição. O reitor eleito, na verdade, foi Etienne Biasotto. Damázio ocupou o cargo até segunda-feira (8).
Em dezembro, Biasotto e outros reitores não eleitos entregaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, um relatório de cerca de 70 páginas com relatos de intervenção em instituições federais.
Desde o início do mandato, Bolsonaro nomeou 29 reitores para comandar universidades e institutos federais. Destes, 16 foram indicados sem ter sido eleitos pela comunidade acadêmica.