Funcionários do Banco do Brasil e sindicalistas foram surpreendidos nesta quarta-feira (10), durante ato contra a reestruturação do banco, com a chegada truculenta da Polícia Militar do DF para reprimir a manifestação. Os agentes jogaram gás de pimenta nos manifestantes e a ação causou confusão. Muitos manifestantes passaram mal.
Em todo o país, os funcionários do BB estão em greve contra o projeto de reestruturação, que vai demitir funcionários e fechar agências. Com isso, o banco ficaria “enxuto” para ser privatizado, um desejo do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em Brasília, o ato era promovido pelo Sindicato dos Bancários do Distrito Federal no edifício sede 1, que fica no Setor Bancário Sul. Ele havia começado de madrugada, como de costume.
“Estávamos na atividade de negociação e conscientização, como sempre fazemos”, explicou o secretário de imprensa do sindicato, Rafael Zanon. Foi quando, por volta das 9h30, os policiais chegaram. “Eles chegaram na truculência, agredindo, sem nenhum diálogo”, afirmou o sindicalista. Segundo Zanon, os policiais lançaram uma quantidade grande de gás de pimenta sobre os manifestantes e muitos passaram mal.
O sindicalista conta que a ação da PM levou estranheza aos manifestantes. “Em todo processo de greve, há comitês de esclarecimento, a polícia tem que cumprir normas, às vezes demandas judiciais, não pode ser feito como foi feito aqui. Nunca tinha acontecido desta forma”, afirmou. “Não teve feridos, mas a situação foi muito chata, diferente do que a gente entende que tem que ser a atuação da polícia, que é trabalhar com segurança pública”, afirmou.
A paralisação
Zanon frisou que o movimento não foi promovido apenas com e para bancários. Sindicatos de vigilantes e de empresas de transporte de valor participaram também.
“Essa reestruturação não vai atingir só os bancários. São outros profissionais que atuam nas agências, como os colegas da vigilância, limpeza, além dos transportadores de valor”, afirmou.
Zanon disse que a greve nacional foi aprovada em assembleia para lutar contra desmonte do BB, contra o processo privatista e contra os efeitos ruins que a reestruturação vai levar a funcionários, à sociedade e à empresa. “Estão enfraquecendo o banco neste governo”, afirmou.
Em nota, a PM do DF disse que “os grevistas estavam impedindo a entrada dos servidores que estavam indo trabalhar, os policiais negociaram com o grupo para que o acesso fosse liberado, porém eles estavam irredutíveis. Foi necessário o uso da força para que os servidores tivessem acesso ao local de trabalho”.
Atualizado às 19h30 com nota da PM-DF