Os líderes do Grupo Pecuária Brasil (GPB) resolveram cancelar as suas respectivas contas no Bradesco e migraram os seus acordos e negócios para a Caixa. A decisão se deu por conta da campanha "Carbono Neutro", que foi veiculada nas redes do Bradesco e que, entre outras coisas, propunha a redução do consumo de carne e apontava o pasto do gado como um dos responsáveis por danos à camada de ozônio.
Dessa maneira, os líderes do GPB fizeram questão de ressaltar um lema da extrema direita - "Quem lacra, não lucra" -, e afirmaram que o seu grupo possui 14.533 membros e estão presentes 192 cidades diferentes, 17 estados e o Distrito Federa e em três países para mostrar ao Bradesco o que perderam ao patrocinar tal ação.
Uma das pessoas que puxou a campanha contra o Bradesco foi o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles que, por meio de suas redes classificou a campanha do banco como "ridícula".
Bradesco e a carta ao agronegócio
Após a repercussão negativa entre os pecuaristas, o Bradesco declarou que tinha mandado retirar o vídeo de todas as suas plataformas e que iria "punir severamente" os responsáveis pela ação.
Procurados pela Fórum, a instituição não explicou por que iria punir o marketing e se limitou a encaminhar a "Carta ao agronegócio", o seu pedido de desculpas ao setor.
Na "carta aberta ao agronegócio brasileiro" o Bradesco afirma que "ao longo de seus quase 79 anos de história o Bradesco apoiou de forma plena o segmento do agronegócio brasileiro, estabelecendo parcerias sólidas e produtivas".
Em seguida, a instituição busca se desassociar do vídeo. "Contudo, nos últimos dias lamentavelmente vimos uma posição descabida de influenciadores digitais em relação ao consumo de carne bovina, associadas à nossa marca. Importante dizer que tal posição não representa a visão desta casa em relação ao consumo da carne bovina", diz o documento.
Além disso, o banco afirma que "promove direta e indiretamente a pecuária brasileira e por conseguinte o consumo de carne bovina. Dante do ocorrido, medidas foram imediatamente tomadas incluindo a remoção do conteúdo de ambiente público, e, além disso, ações administrativas internas severas".
A reportagem da Fórum questionou o Bradesco se a produção da campanha "Carbono Neutro" havia sido feita à revelia da direção da instituição, mas a empresa se recusou a prestar tal informação.