Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus, as vendas de ivermectina e cloroquina voltaram a aumentar no Brasil. Os remédios, comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, são recomendados até hoje de forma irresponsável pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo informações da "Folha de S. Paulo", os dados fechados em novembro pela consultoria Iqvia, que monitora o varejo farmacêutico, indicam que as vendas de cloroquina, que caíam desde maio, chegaram a 96,2 mil unidades em novembro, 200 a mais do que em outubro.
Já a ivermectina, vermífugo para sarna e piolho, subiu quase 100 mil unidades, para 1,1 milhão. O pico de venda dos medicamentos foi em março de 2021, quando as mortes por Covid-19 estavam superiores a 3 mil por dia.
Naquele mês, foram comercializadas quase 470 mil unidades de cloroquina, de um total de aproximadamente 4 milhões desde o início da pandemia, e 15,6 milhões de ivermectina, das quase 101 milhões de caixas vendidas até agora, segundo a Iqvia.
Defendido pelo governo e por médicos negacionistas, o “tratamento precoce” nada mais é do que uma terapêutica, ou profilaxia, à base de medicamentos sem qualquer resultado contra a doença provocada pelo novo coronavírus e que em muitos casos acarreta em graves efeitos colaterais e até morte.