Prefeito luta MMA com ex-vereador adversário e será investigado por improbidade

Combate, que teria sido organizado pela administração municipal de Borba (AM), mostra o nível ao qual chegou a política no país, com oponentes trocando socos e chutes em evento pago com dinheiro público

Imagem: Prefeito luta com ex-vereador no Amazonas (YouTube)
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O prefeito do município de Borba, no Amazonas, Simão Peixoto (PP), está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) por suspeitas de improbidade administrativa e de infração político-administrativa depois de ter realizado um evento de MMA para trocar socos e pontapés com um ex-vereador da cidade, de apelido Mirico, que é seu adversário eleitoral e andou fazendo críticas à gestão do chefe do Executivo.

A luta, realizada no último domingo (12), foi organizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Borba, ainda que o evento tenha ocorrido num ginásio da cidade vizinha de Urucá, e contou com transmissão ao vivo pelas redes sociais do prefeito Simão Peixoto. A arena esportiva ficou lotada para ver o acerto de contas entre os dois políticos.

A confusão entre os dois “lutadores” começou depois de críticas que Mirico, ex-parlamentar borbense e cujo nome de batismo é Irineu Alves da Silva, fez nas redes sociais em setembro deste ano. Simão Peixoto reagiu e desafiou o adversário para brigar num octógono. Após, aceitar o desafio, o enfrentamento físico foi marcado e por fim realizado no fim de semana.

Segundo os espectadores do incivilizado espetáculo, o prefeito foi muito agredido nos três rounds da luta, mas não sofreu nocaute. Mesmo tendo ficado com nítida desvantagem durante toda a peleja, o árbitro deu vitória para Simão Peixoto, o que causou indignação em Mirico e em seus “torcedores”.

Ministério Público investiga

O Ministério Público do Amazonas investiga se o prefeito Simão Peixoto cometeu crime de improbidade administrativa e infração político-administrativa ao determinar à sua gestão pública que organizasse um evento como a luta em que se espancou com o adversário Mirico.

Um inquérito civil foi instaurado pelo MP, que a partir desta terça-feira (14) tem cinco dias para concluir se houve uso de dinheiro público na organização da luta e para deixar claro, na forma da lei, que o prefeito levou suas desavenças políticas com um adversário para serem resolvidas pelas vias de fato.