Violência doméstica: mulher liga para a PM e pede para “arrumar o cabelo”; ouça o áudio

A PM enviou uma viatura para o endereço informado por ela. A vítima estava com hematomas no rosto e afirmou que foi ameaçada de morte e agredida

Violência Doméstica. Foto: Marcos Santos/USP
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Uma mulher ligou, nesta quinta-feira (9), para o 190 da Polícia Militar de Araçatuba (SP) e pediu para “fazer o cabelo”. O objetivo dela, na verdade, era denunciar o companheiro por violência doméstica.

A PM enviou uma viatura para o endereço informado por ela. A vítima estava com hematomas no rosto e afirmou que foi ameaçada de morte e agredida.

O homem foi abordado e confessou a agressão, sendo preso na sequência. Confira abaixo o áudio e a sua transcrição completa. Alguns trechos da conversa foram cortados para não expor a vítima.

  • Atendente: Polícia Militar, emergência.
  • Vítima: oi, é. Trecho de áudio censurado.
  • Atendente: pois não, senhora.
  • Vítima: trecho de áudio censurado.
  • Atendente: não entendi, senhora. Como posso ajudar a senhora?
  • Vítima: não, é o endereço.
  • Atendente: ah, entendi. É o endereço da senhora.
  • Vítima: é que você me mandou para fazer o cabelo.
  • Atendente: como é o nome da senhora?
  • Vítima: não, é que você me mandou para passar o endereço para fazer o cabelo. É fundo. Tem um portãozinho.
  • Atendente: que bairro que é, senhora? Como é que é o nome da senhora?
  • Vítima: áudio censurado.
  • Atendente: que cidade que é?
  • Vítima: áudio censurado. É um salão de beleza.
  • Atendente: a senhora está precisando da Polícia Militar?
  • Vítima: tá bom?
  • Atendente: tá bom!
  • Vítima: pode ser?
  • Atendente: pode ser.
  • Vítima: não. É que você me mandou o endereço para fazer o cabelo, e eu estou te passando.
  • Atendente: endereço para fazer o cabelo? Tá bom, senhora.
  • Vítima: áudio censurado. É um portãozinho. Tem até a plaquinha.
  • Atendente: tá bom, senhora. Disponha da Polícia Militar. Tenha um bom dia.
  • Vítima: tá bom. Obrigada. Tchau, tchau.

Assustada

O cabo Jimmy Carlos da Silva, estagiário do Centro de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Copom), foi o responsável por atender o telefonema.

"Atendi com o procedimento operacional padrão da Polícia Militar. A mulher começou a falar o endereço, a numeração, a localização e disse que o corte de cabelo estava marcado", explica ele.

"A mulher estava meio assustada, mas falando audivelmente. A entonação de voz deu a perceber que a mulher estava com medo de uma pessoa que estava por perto. O cabo desconfiou da situação", diz Jimmy.

A Polícia Militar informou ainda que a mulher correu da casa assim que viu a viatura se aproximar e contou que estava sendo ameaçada de morte e agredida pelo companheiro.

Com informações do G1