Um grupo de 29 coordenadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pediu demissão, nesta segunda-feira (8). Faltam menos de duas semanas para a aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 21 e 28 de novembro.
O desligamento em massa ocorre dias depois do pedido de exoneração do coordenador-geral de exames para certificação, Eduardo Carvalho Sousa, e do coordenador-geral de logística da aplicação, Hélio Junior Rocha Morais.
Conforme o pedido de dispensa dirigido à diretoria do órgão e assinado pelos servidores, as denúncias feitas em assembleia realizada na quinta-feira (4) são alguns dos motivos. A “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep” também foi causa apontada pelos funcionários.
A versão para a saída dos dois coordenadores que circula nos bastidores políticos de Brasília é que a decisão foi tomada em protesto ao comportamento do presidente do Inep, Danilo Dupas, acusado por servidores de assédio moral.
De acordo com denúncias dos funcionários do órgão, responsável pelo Enem e pelo Enade, Dupas, subordinado ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, implantou um verdadeiro clima de terror no Inep, comprometendo, inclusive, a realização do exame em 2021.
Dupas teria se recusado a compor um órgão que é responsável pelo gerenciamento de risco do Enem, denominado Equipe de Incidentes e Respostas, que tradicionalmente é coordenado pelo presidente do Inep.
Precarização
Servidores denunciam casos de sobrecarrega de jornada, condições precárias de trabalho, desmanche de diretorias e desprezo por aspectos técnicos de provas como o Enem e o Enade, sempre adotados em nome do bolsonarismo.