O médico infectologia Marcos Caseiro afirmou nesta sexta-feira (5), em entrevista ao Fórum Onze e Meia, que "a cloroquina virou a Lava Jato da medicina". Para ele, é necessário rever o espaço que tem ganhado os médicos negacionistas, principalmente aqueles que continuam recomendando a cloroquina mesmo com todas as evidências de que o remédio é ineficaz contra a Covid-19.
Ele classificou como "assustador" o posicionamento do Conselho Federal de Medicina de que o órgão não mudará o parecer sobre a autonomia de médicos para receitar o tratamento precoce contra a Covid-19, conhecido como “kit Covid”. "É assustador. Diante de todas as evidências, eles continuam falando as mesmas coisas. Continuam falando na cloroquina. A cloroquina é a Lava Jato da medicina", disse Caseiro.
"A medicina tem que repensar e rever esses médicos negacionistas, esses conselhos, assim como o Judiciário, que somos nós. Não se trata do Lula, se trata de nós, diante de um sistema Judiciário. É tudo irregular. Alguma coisa tem que ser feita para que as coisas não aconteçam da maneira que desafortunadamente vem acontecendo", continuou o infectologista.
Segundo Caseiro, a CPI da Covid-19 trouxe uma grande contribuição, que foi ajudar a aumentar a velocidade da vacinação no Brasil. Ele fez um paralelo com as mensagens divulgadas na Vaza Jato por Walter Delgatti Netto, o hacker de Araraquara, que expuseram o conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. "Se não fosse o hacker de Araraquara, talvez teríamos essa informação em muito mais tempo", destacou.
O infectologista também comentou sobre a informação anunciada pela Pfizer nesta sexta-feira (5) de que uma pílula antiviral para Covid-19, que terá o nome comercial de Paxlovid, reduziu em 89% as chances de hospitalização ou morte para adultos com risco de desenvolver doença grave.
"Em pouco tempo teremos vários remédios efetivos. Esse estudo da Pfizer é muito interessante. Já temos uma droga da MSD, os dados são fantásticos", afirmou Caseiro, citando o medicamento molnupiravir, desenvolvido pela farmacêutica americana MSD (Merck Sharp & Dohme), que mostrou resultados satisfatórios contra o coronavírus.