O ator Bruno Gagliasso, que interpreta um personagem inspirado no torturador Sérgio Fleury, em ‘Marighella’, detonou o presidente Jair Bolsonaro durante uma entrevista a Marcelo Forlani, do Omelete. Ao falar sobre o repressor, um dos maiores psicopatas da Ditadura Militar (1964-1985), a quem chamou de “escória da história”, o artista disse que “em Brasília está cheio” de gente como o delegado, fazendo referência aos integrantes do atual governo federal.
“Foi um personagem muito difícil, porque eu faço um cara que é racista, fascista, e é tudo que eu mais abomino. Tenho dois filhos negros, eu sou completamente contra esse desgoverno que a gente tem e o filme é bem atua (...) Por isso que eu deixo bem claro em todas as entrevistas que eu dou: o meu personagem é a escória da história, meu personagem é o que há de pior no ser humano. Meu personagem é o que há de pior no país e isso não é um privilégio só da ficção, não. Hoje, lá em Brasília, tá cheio”, disparou o ator do longa-metragem dirigido por Wagner Moura e que é o maior sucesso de público do cinema brasileiro de 2021.
Questionado por Forlani sobre os colegas do meio artístico que dizem não se posicionar politicamente, Gagliasso explicou que a arte por si exige posicionamento e que é impossível ser artista e não tomar um lado no ambiente em que vivemos.
“Não é uma questão de precisar se posicionar. A gente faz arte. Arte é posicionamento. Arte é política. Não tem jeito. A arte, por si só, ela já é política. Eu não acredito muito nessas pessoas que, quando me perguntam: ‘Ah, e o que você acha de quem não se posiciona?’ Quem não se posiciona já está se posicionando. Você não pode estar a favor, ou estar satisfeito, ou falar que não se posiciona politicamente porque você é artista. Pelo contrário, justamente por ser artista você tem que ter um posicionamento muito claro”, argumentou.