A Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura de São Paulo, por meio da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), concluiu que o "monumento" do touro dourado, colocado na frente da B3, a Bolsa de Valores de SP, terá que ser removido do local porque constitui propaganda irregular e não tem autorização da comissão que fiscaliza a aplicação da lei Cidade Limpa.
A obra, feita pelo arquiteto Rafael Brancatelli, e que imita o Charging Bull (touro em investida) de Wall Street, em Nova York (EUA), viola a legislação do município e foi colocada à revelia das autoridades paulistanas, o que deve gerar uma multa por parte da administração regional, a cargo da Subprefeitura da Sé.
O debate na CPPU sobre o touro dourado, que despertou paixões, ódios e muito deboche por parte do público que frequenta a região e nas redes sociais por todo o Brasil, também levou em consideração o caráter da obra, que não foi considerada de natureza cultural, mas sim um objeto de propaganda de um dos sócios da XP Investimentos, Pablo Spyer, idealizador da ação com o bovino reluzente. Ele é dono de uma empresa que ensina clientes a investirem, a Vai Tourinho, e é apresentador de um programa sobre o mesmo assunto na rádio Jovem Pan, cujo nome é Minuto Touro de Ouro.
A B3 insistiu que tem autorização do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de São Paulo para manter o touro no local até 31 de dezembro, enquanto a Dmaisb, empresa que integra o projeto de colocação do touro, diz ter recebido sinal verde da Subprefeitura da Sé para que a obra permaneça no meio da via pública até 15 de fevereiro de 2022.
A Prefeitura de São Paulo não confirmou qual será o valor da multa aplicada aos responsáveis pela colocação do controverso touro no coração do centro histórico da capital paulista, nem quando ele será removido do local.