Democracia do Brasil é que mais enfraqueceu no mundo, diz relatório internacional

Estudo feito pelo instituto IDEA, com sede na Dinamarca, mostra que governo Bolsonaro promoveu a erosão de vários aspectos democráticos no país, embora algumas instituições resistam

Bolsonaro é alvo de ação no STF por agressões contra jornalistas. Foto: Reprodução
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Um estudo realizado pelo Instituto IDEA (Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral, na sigla em inglês), com sede em Copenhague, na Dinamarca, mostrou que o Brasil tem a democracia em maior declínio no mundo. O país piorou em oito quesitos analisados pelo órgão e o enfraquecimento é atribuído às investidas autoritárias de Jair Bolsonaro e seu governo ultrarreacionário.

O IDEA, que é uma entidade intergovernamental subsidiada por 34 países para monitorar a “saúde” das democracias mundo afora, analisa 16 aspectos que são os responsáveis por aferir o quanto esses regimes estão sendo preservados. O relatório aponta que, desde 2016, quando a presidenta Dilma Rousseff sofreu um golpe parlamentar via impeachment, nossa democracia vem perdendo seus pilares e esse processo se acelerou ainda mais desde a chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

O levantamento aponta que os questionamentos do presidente brasileiro em relação às urnas eletrônicas, seus constantes ataques injustificáveis ao Supremo Tribunal Federal (STF), assim como o enfrentamento e as ameaças à impressa e suas tentativas de suspender as eleições de 2022 contribuíram para a erosão explícita do ambiente democrático no país.

Nos dados comparativos, o declínio da democracia brasileira sob o governo Bolsonaro ficou no mesmo patamar de países como Polônia, Benin e Iêmen. Os pesquisadores do IDEA consideraram que, ainda assim, alguns itens indispensáveis a uma democracia no Brasil permanecem resilientes e resistem às investidas autoritárias do radical de extrema direita que governa o país, e cita como exemplos os órgãos de controle de compras na pandemia que enfrentaram os desmandos e a corrupção do governo federal durantes os períodos mais críticos do surto global da Covid-19.

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