A informação divulgada nesta quinta-feira (18) de que o desmatamento na Amazônia nos últimos 12 meses foi o maior desde 2006 foi mais uma estocada na reputação do cambaleante governo de Jair Bolsonaro, visto mundo afora como uma ameaça ao meio ambiente. No entanto, um dado discreto que consta nos relatórios do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite-Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelou que o material já estava pronto desde 27 de outubro, quatro dias antes do início da COP-26, a cúpula do clima das Nações Unidas, realiza em Glasgow, na Escócia.
Ou seja, a gestão federal de Jair Bolsonaro determinou que informação bombástica fosse escondida para ser revelada apenas quando terminasse o encontro mundial sobre pautas ambientais, ao qual o líder extremista brasileiro sequer compareceu.
Na segunda-feira (15), durante sua viagem de contornos turísticos, paga com dinheiro público, a países árabes produtores de petróleo, Bolsonaro já havia mentido num pronunciamento a estrangeiros, dizendo que "não há desmatamento na Amazônia", que "a floresta não pega fogo porque é úmida" e que o bioma "está exatamente igual ao que era no descobrimento, em 1500", um verdadeiro show de vexames e de estupidez que só apequena cada vez mais a imagem do Brasil no exterior.
Segundo os dados escondidos da COP-26, a área desmatada de agosto de 2020 a julho de 2021 foi de 13.235 km², o equivalente a nove vezes o território da cidade de São Paulo, o que corresponde a um aumento de 21,97% em relação ao período anterior.