O general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo no começo do mandato de Jair Bolsonaro e um dos primeiros expurgados da gestão extremista do atual presidente, está articulando apoio à candidatura do ex-juiz Sérgio Moro com militares de alta patente que não estão mais “fechados” com o chefe do Executivo federal.
Durante o evento de lançamento oficial do nome de Moro para a corrida presidencial do próximo ano, realizado nesta quarta-feira (10), em Brasília, quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro assinou sua ficha de filiação ao Podemos, oficiais generais da reserva estiveram presentes, sempre ciceroneados por Santos Cruz, que se empenha firmemente na tarefa de construir viabilidade às pretensões políticas do ex-magistrado que sempre agiu politicamente.
“Eu vejo esse evento como um lançamento da candidatura do Sergio Moro, que é uma das esperanças para o Brasil. Tem várias opções aí, mas essa polarização não ajuda o Brasil em nada. Hoje estamos vendo o Orçamento Secreto, que é um Mensalão, é a mesma coisa. São dois populistas, que destroem a democracia da mesma forma, tentando comprar o Legislativo. Quando analisa os dois, são absolutamente iguais”, analisou o general e ex-ministro, sem dizer uma palavra sequer, obviamente, sobre as ações ilegais e as violações ao devido processo legal promovidas por seu candidato quando estava à frente da Lava Jato, e dos prejuízos que isso impôs ao Brasil.
O militar que pretende se cacifar como o homem forte da candidatura de Sergio Moro também disse a repórteres que cobriam o ato político que tem a intenção de se filiar à sigla e de disputar algum cargo eletivo em 2022.
“Vou conversar com o partido (sobre qual cargo disputar). Vamos ver o que será decidido. Nas próximas duas ou três semanas será discutido”, revelou Santos Cruz.