O capitão da reserva, Renato Antonio Bolsonaro, irmão do presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou a receber uma multa no valor de R$ 1.447,95 da prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, por falta de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). No entanto, a administração municipal desistiu da execução em relação a Renato, porque ele havia vendido o imóvel.
A decisão da multa foi do juiz Enoque Cartaxo de Souza, da Vara da Fazenda Pública, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Pela determinação inicial, Renato Bolsonaro teria cinco dias para pagar. Caso não fizesse, teria que arcar com a “penhora de bens”. Segundo os autos do processo, havia um prazo de 180 dias até que os itens fossem penhorados.
O irmão do presidente é chefe de gabinete da prefeitura de Miracatu, no Vale do Ribeira, região ao Sul do estado de São Paulo.
Além disso, Renato é capitão da reserva desde 1996. Sua remuneração como militar é de R$ 7.135,69 bruto, de acordo com informações do Santa Portal.
Lobista
Renato Bolsonaro chegou a atuar como lobista na distribuição de verbas do governo federal para prefeituras de São Paulo. O irmão do presidente liberou ao menos R$ 110 milhões para municípios do estado.
Levantamento da Folha de S. Paulo mostrou a participação de Renato na liberação de dinheiro para ao menos quatro municípios do litoral e do Vale do Ribeira, região de origem da família Bolsonaro.
Ele também participa de solenidades de anúncio de obras, assina como testemunha contratos de liberação de verbas, discursa e recebe agradecimentos públicos de prefeitos pela ajuda no contato com o presidente. Renato, no entanto, diz não ser pago pelo trabalho, que inclui viagens pelo estado de São Paulo.
Negacionista
Em abril de 2020, Renato Bolsonaro protagonizou uma cena típica do irmão mais velho, Jair, e foi deixado reclamando na porta de um açougue da cidade de Registro, no Vale do Ribeira.
Segundo reportagem de Wálter Nunes, na Folha de S.Paulo, Renato entrou na fila para fazer compras no açougue Carne, Queijo e Cia, que só atendia duas pessoas por vez, que eram obrigadas a usar máscara para entrar no estabelecimento, conforme norma do município à época.
Ao chegar sua vez, o irmão de Bolsonaro se recursou a colocar a máscara e exigiu ser atendido do lado de fora, o que também não é permitido pela prefeitura do município.
Renato, então, passou a reclamar na porta do açougue. Sem ser atendido, foi embora irritado. Assim como o irmão presidente, ele também é contra o isolamento social.
Matéria atualizada em 16/11/2021 às 18h30:
Após a publicação da matéria, a advogada de Renato Antonio Bolsonaro entrou em contato com a Fórum e informou que o imóvel havia sido vendido anos antes e que a dívida pertenceria à nova proprietária do imóvel. Em 5/11/2021, a prefeitura de Praia Grande se manifestou na execução fiscal requerendo a desistência da ação em relação a Renato Bolsonaro.