Aos gritos de “Fora Bolsonaro”, puxados pelo ator e diretor da obra Wagner Moura, finalmente o longa “Marighella” foi apresentado em São Paulo, após mais de dois anos de celeuma com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), aparelhada por Jair Bolsonaro com radicais de extrema direita.
A pré-estreia foi na noite desta sexta-feira (29), no Espaço Itaú Bourbon Pompeia, para uma plateia seleta de personalidades do campo progressista brasileiro, como Fernando Haddad, Eduardo Suplicy e Guilherme Boulos, além de atores que participaram da produção, como Adriana Esteves, Bruno Gagliasso e Humberto Carrão.
"É um filme de amor, feito para o público brasileiro, sobre os que resistiram (à ditadura e à falta de democracia) e os que estão resistindo hoje no Brasil. Fora, Bolsonaro!", bradou Moura.
O ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência em 2018 Fernando Haddad (PT), que já tinha assistido ao longa, se emocionou ao rever as cenas de “Marighella” e afirmou que a obra diz muito sobre o momento atual que atravessamos no país.
"Eu vi esse filme há dois anos e tô emocionado de lembrar o que ele representa de resistência ao arbítrio e de luta pela liberdade... É muito oportuno para o momento em que vivemos lembrar que há brasileiros que não aceitam viver sob o jugo de ninguém", disse o petista.
O ator e cantor Seu Jorge, que está no papel principal do filme, interpretando Carlos Marighella, atacou os atrasos e a perseguição sofridos pela obra, classificando como “brutal” a demora imposta pela Ancine, sem citá-la.