O ministro da Economia, Paulo Guedes, mal se desvencilhou do terremoto político que resultou em sua desmoralização frente ao "mercado" por conta da política de rompimento do teto de gastos do governo, e já voltou à carga. Na tarde desta segunda-feira (25), o "Posto Ipiranga" de Jair Bolsonaro afirmou que "a Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos" e que por isso é preciso vendê-la.
“E se daqui a 20 anos o mundo todo migrar para a energia elétrica, hidrogênio, nêutron, energia nuclear e o fóssil for abandonado? A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. O que nós fizemos? Deixamos o petróleo lá embaixo, com uma placa de monopólio de estatal ali em cima”, disse o ministro durante um evento sobre Desenvolvimento Verde, em Brasília.
"O objetivo é tirar esse petróleo o mais rápido possível e transformar em educação, investimento e tecnologia. “E se agora o petróleo só sobe, o que o povo ganha com isso? Bastou o presidente dizer ‘olha, vamos estudar isso’, o negócio subiu 6% instantaneamente. Se isso acontece mais uma semanas, aparecem R$ 150 bilhões. Isso poderia ir para os mais frágeis", opinou Guedes, justificando que a venda seria revertida aos pobres.
A fala do economista ultraliberal que lidera a pasta das finanças do governo Bolsonaro veio sincronizada com a de seu chefe, que citou pela manhã sobre a intenção de vender a gigante brasileira do petróleo, e com a informação do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, que contou à agência Reuters sobre as intenções do Planalto de se desfazer da estatal por meio de um projeto de lei, que consistiria, na verdade, numa manobra.