Militantes do União Nacional dos Estudantes (UNE) realizaram nesta quinta-feira (21) um protesto em frente à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em Brasília, para cobrar o pagamento de bolsas estágio e estudo que não estão sendo pagas pelo governo federal. O atraso completou dois meses e muitas universidades públicas temem o colapso de suas instituições por conta da falta de verba.
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e o Programa Residência Pedagógica (RP) são os mais afetados pela escassez de recursos imposta pelo governo de Jair Bolsonaro. Segundo os organizadores do ato, chega a 60 mil o número de estudantes que estão sem receber por conta dos cortes aplicados à área.
A presidenta da UNE, Bruna Brelaz, discursou para os manifestantes na porta da Capes e frisou que os cortes e atrasados que afetam os estudantes de universidade públicas do país são apenas mais um capítulo da caótica gestão federal atual, que impôs aos brasileiros fome, insegurança alimentar, desemprego e outros males.
A entidade expôs ainda os gastos milionários e desnecessários do governo Bolsonaro que poderiam ser evitados para que outros setores vitais recebessem recursos, citando como exemplo a recente excursão de integrantes do bolsonarismo a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que custou R$ 3,6 milhões, dinheiro suficiente para pagar bolsas atrasadas para nove mil estudantes por um mês.
Reitores de algumas universidades públicas têm receio que os cortes travem o funcionamento dessas instituições. Estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), por exemplo, estão há meses sem receber pelo fato de o MEC não ter homologado o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O problema, no entanto, não para por aí. Também a verba de custeio prevista para o ano de 2021 ainda não foi paga.