Pandemia, desemprego e morte: motorista de aplicativo é sequestrado, torturado e assassinado

Pai de 5 filhos, Roger Ferreira da Silva perdeu o emprego no início da pandemia e passou a fazer transporte de passageiros por aplicativo para se sustentar; sua última corrida, em 30 de dezembro, foi uma emboscada

Arquivo Pessoal
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A pandemia do coronavírus acentuou o desemprego e a crise econômica no Brasil. O auxílio emergencial atenuou a situação para algumas famílias, mas a grande maioria, sem amparo estrutural do governo, teve que se reinventar e procurar bicos para se sustentar como pode.

O trabalho como motorista de aplicativo é uma das opções mais procuradas por quem está desempregado, ainda que os pagamentos feitos pelas empresas sejam baixos e elas não garantam direitos trabalhistas mínimos para os empregados e suas famílias.

Um dos brasileiros viveu na pele a situação de perder o emprego por conta da pandemia e ter que recorrer aos aplicativos de transporte de passageiros é Roger Ferreira da Silva.

Pai de 5 filhos, Silva foi sequestrado, torturado e assassinado após aceitar uma corrida no último dia 30 de dezembro. Segundo a Polícia Civil, três pessoas chamaram um carro por aplicativo já com o intuito de fazer um assalto. Como o homem não tinha dinheiro a oferecer, o trio o sequestrou e o torturou para que ele pedisse dinheiro a familiares. Ele teria chegado a pedir R$ 600 a um primo antes de ser morto, já em sob o controle dos criminosos.

O carro que Silva utilizava quando sofreu o sequestro foi encontrado carbonizado no último sábado (2) em uma mata na região de Parelheiros, Zona Sul da capital paulista. Na sequência, a polícia localizou o celular da vítima e, no domingo (3), seu corpo, em uma mata fechada entre a cidade de Itanhaém e São Paulo.

No mesmo dia, três pessoas entre 19 e 25 anos acusadas de participar do sequestro e assassinato foram presas em flagrante. Elas que indicaram onde estava o corpo de Silva e confessaram o assassinato. Com o trio, foram encontrados cartões de banco do homem, munições, carregador de fuzil e um simulacro de pistola. Além deles, foram presos por receptação o homem que vendeu e outro que comprou o celular de Silva

As três pessoas que confessaram o crime responderão por roubo, extorsão mediante sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa.

*Com informações da Veja e G1