A cena do jovem Émerson Júnior, um rapaz com síndrome de Down que lutou contra a covid-19 e sofria com a falta de oxigênio na cidade de Manacapuru, no interior do Amazonas, a ponto de receber um abraço solidário de um enfermeiro, também desesperado com a situação, comoveu todo o Brasil.
Neste domingo (31), a irmã de Émerson, Eliane Loureiro, publicou uma mensagem nas redes sociais, também tentando comover as autoridades brasileiras. Seu irmão faleceu na sexta-feira (29), e em sua mensagem, ela lembra que, assim como ele, muitas pessoas nas pequenas cidades do interior do estado continuam sofrendo com a falta de oxigênio e outros insumos para tratar os casos de covid (infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2).
“Nosso povo está se acabando, está morrendo, e os senhores têm que tomar uma atitude para que o povo do interior seja atendido de forma humana. O povo não pode ser tratado com desigualdade! Se já não bastasse a logística de transporte que tem que ser enfrentada para chegar à capital – que muitas vezes são precárias –, tratem de olhar pelo povo do interior, pois tal situação já está fora dos limites”, desabafou Eliane.
Em entrevista ao UOL, Eliane também pediu às pessoas que leram seu apelo que o difundissem. “Queria que esse apelo chegasse aos governantes – vereadores, prefeitos, deputados, governador: que olhem mais para o interior do Amazonas, invistam, coloquem profissionais de saúde para atender a população Aqui estamos sem equipamentos de sobrevivência, já deveria ter uma UTI aqui em Manacapuru também”.
“Meu irmão morreu por falta de uma UTI, de primeiros socorros. Morreu igual um nada, um animal sem direito a ser socorrido porque falta estrutura em nossos municípios (…) Aqui continua morrendo gente, como em todo lugar; mas se tivesse esses equipamentos para auxiliar nos primeiros socorros, não estaríamos passando por isso, de morrer tanta gente aqui”, relatou.