O presidente Jair Bolsonaro, não contente em atacar a imprensa, atacou nesta quinta-feira (28) uma mulher que estava em um grupo de apoiadores que o cercava durante sua visita a Sergipe. O mandatário está no estado para a inauguração de uma ponte.
Em um dos momentos de sua passagem pelo estado, Bolsonaro parou para tirar fotos com apoiadores e, como de praxe, causou aglomeração sem usar máscara de proteção. Em meio aos abraços e pedidos de selfie, uma mulher questionou o presidente sobre o fatídico gasto do Executivo Federal de R$15 milhões com leite condensado somente no ano de 2020.
O chefe do Executivo, então, respondeu com outra pergunta: "Você acha luxo uma lata de leite condensado?". Ao que a mulher respondeu: "Uma, não. Mas várias".
Foi aí então que o presidente resolveu partir para o ataque. "Tem mais de 1 milhão de pessoas, pô. Afasta um pouquinho... Acho que ela não sabe nem a tabuada".
Assista.
Leite condensado e ataque à imprensa
Um dia depois de xingar a imprensa em almoço com famosos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar jornalistas nesta quinta-feira (28). Sem máscara em meio a uma aglomeração, o mandatário voltou a dizer que as latas de leite condensado adquiridas pelo governo federal são “para enfiar no rabo de jornalista”.
O vídeo com o novo ataque foi compartilhado nas redes sociais por parlamentares da oposição. “É desprezível o comportamento desse corrupto, criminoso e genocida! Enquanto MP e TCU já apontam indício de superfaturamento nos 15 milhões gastos em leite condensado, Bolsonaro segue atacando imprensa”, escreveu a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) no Twitter.
Na quarta-feira (27), Bolsonaro afirmou, em encontro com ministros, famosos e deputados: “Lata de leite condensado. Vá pra puta que o pariu. Imprensa de merda. É pra enfiar no rabo de vocês da imprensa essas latas de leite de condensado todas”.
Além dos custos do leite condensado, foram gastos R$ 16,5 milhões com batata frita embalada, R$ 13,4 milhões com barras de cereais, R$ 21,4 milhões em iogurte natural, R$ 8 milhões em bombons, R$ 2 milhões em chicletes, entre outros.
Em meio ao escândalo pelo gasto milionário, o Ministério da Defesa, principal beneficiado pelas compras, publicou um comunicado na quarta defendendo o leite condensado como produto importante na composição da dieta militar, devido ao “seu potencial energético”