O corpo do marinheiro Alexandro dos Santos, de 40 anos, desapareceu do Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, no litoral de São Paulo. A família foi avisada mais de um mês depois, quando foi liberá-lo para o sepultamento, de acordo com reportagem e Juliana Steil, do G1.
A prima de Alexandro, Vanessa Paixão, em entrevista ao G1, disse que ele desapareceu no mar enquanto praticava stand-up paddle com um amigo, no dia 30 de setembro de 2020. O corpo foi encontrado apenas sete dias depois, em Itanhaém, a mais de 85 quilômetros de onde estava.
Encaminhado ao IML de Praia Grande, o corpo ficou à espera do reconhecimento por parte de familiares. Ao chegar ao local, os parentes identificarem as roupas que Alexandro usava no dia do desaparecimento. No entanto, foram avisados que, como seu rosto estava irreconhecível, era necessário o exame de DNA.
Três meses depois, na última sexta-feira (8), a irmã de Alexandro recebeu um telefonema do IML, informando que o resultado do teste havia ficado pronto, dando positivo. Com isso, os familiares poderiam seguir com os trâmites do sepultamento.
A irmã e a prima do marinheiro foram ao IML nesta semana e ficaram sabendo que o corpo estava desaparecido desde, pelo menos, 24 de novembro.
Segundo a prima de Alexandro, os peritos disseram que o corpo estava em um frigorífico externo, dentro de um contêiner, na área do estacionamento do IML. No dia 24 de novembro, um dos funcionários teria notado o arrombamento do lacre do contêiner e percebido a falta do corpo.
O sumiço
De acordo com peritos, em 3 de novembro, o contêiner foi aberto para a colocação de mais três corpos, sendo um não identificado, um de um homem e outro de uma mulher. No dia 24 de novembro, quando os corpos foram ser removidos para outro contêiner, por defeito no primeiro, observou-se o desaparecimento de Alexandro.
“A suspeita dos funcionários é de que o saco em que estava inserido o corpo desaparecido possa ter sido removido acidentalmente, em conjunto com o saco em que estava o corpo da mulher ou do homem, e, dessa forma, ele possa ter sido sepultado junto com um desses outros dois corpos”, registrou o boletim de ocorrência (BO).
O corpo do homem foi sepultado em Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira, no dia 3 de novembro, enquanto o da mulher foi no Cemitério de Praia Grande, em 4 de novembro.
A família contratou um advogado para solicitar a exumação dos corpos. Segundo Vanessa, a prioridade é o sepultamento do familiar. “Minha tia está desolada, sem acreditar”.
Investigação
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), responsável pelas investigações da Polícia Civil e pelo Instituto Médico Legal, divulgou uma nota sobre o caso.
“A 6ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil de Santos apura os fatos. A Delegacia de Praia Grande também realiza diligências para esclarecer o caso. Uma comissão designada pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica acompanha as investigações e adotou todas as providências necessárias. A instituição prestou todos os esclarecimentos às autoridades policiais e à família”.
Com informações do G1