De acordo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), o presidente nacional do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira, agiu como "proprietário" de parte do governo do Rio de Janeiro durante a gestão de Wilson Witzel (PSC). A denúncia levou à prisão de Everaldo e ao afastamento de Witzel do cargo.
Everaldo seria padrinho de indicações para cargos em órgãos estratégicos, e estaria por trás de negócios com o governo, direcionando a contratação de empresas e organizações sociais, segundo a investigação do MPF. No pedido de prisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a procuradora Lindôra Araújo diz que o pastor comandava contratações e orçamentos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e da Secretaria da Saúde.
O pastor foi responsável por lançar a candidatura de Witzel em 2018 e é conhecido por ser uma voz importante na administração. Ainda de acordo com o MPF, registros de presença do Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador, mostram que Everaldo "é um contumaz frequentador" do local. Algumas empresas e organizações sociais contratadas por direcionamento do grupo do pastor são ligadas a Edson Torres, empresário que já relatou ter dado dinheiro vivo a Witzel.
A denúncia indica que contratos com o governo seriam fonte de recursos para o grupo, que teria Witzel e Everaldo no "no topo da pirâmide". Everaldo e Witzel foram denunciados por organização criminosa. A defesa do pastor nega sua participação em crimes. O advogado de Witzel, Roberto Podval, diz que a denúncia não mostra provas, apenas "histórias".
Com informações do UOL