A marca de cerveja Colorado Amazônica propõe uma novidade em sua estratégia de marketing que, aparentemente, visa aumentar a conscientização ambiental, mas que, na verdade é bastante “estranha”, para dizer o mínimo.
A ideia é fazer com que o preço do produto varie de acordo com o nível de desmatamento na Amazônia. Segundo a empresa Ambev, dona da marca, o parâmetro para definir o valor do produto será a média de desmatamento registrada nas últimas quatro semanas, segundo os dados atualizados semanalmente pelas autoridades oficiais.
“Quando reduz o desmatamento, cai o preço da cerveja e quanto menor a floresta, mais cara será a lata de Colorado Amazônica”, diz a nota da empresa que explica como funcionará o seu novo sistema.
O problema é que se essa regra for levada à sério, e considerando os números do desmatamento amazônico durante o governo do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, não é possível supor que o produto será barato.
Inclusive, a primeira variação comprova essa situação: a Colorado Amazônica chegou ao mercado na primeira semana de setembro, com cada lata de 310 ml custando 5,49 reais, mas a primeira atualização do preço de acordo com a variação do desmatamento, que ocorreu na quinta-feira, fez o valor disparar para 8,01 reais.
Há quem considere essa uma forma de denunciar os estragos no meio ambiente. Para muitos outros, porém, parece ser uma forma de lucrar com a tragédia ecológica que o Brasil vive. Seja como for, a empresa garante que 100% da receita do produto será entregue a uma rede de comunidades indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares do Pará. Também assegura que a cerveja tem fabricação artesanal e utiliza apenas ingredientes amazônicos.