A síndica de um condomínio na rua Amaral Gurgel, no centro de São Paulo, contratou um serviço voltado para a "remoção" de pessoas em situação de rua que ficam perto da entrada do edifício onde mora. Os cerca de 90 apartamentos do imóvel vão arcar com os R$ 400 do serviço.
De acordo com reportagem de Luiza Souto, no Universa, a síndica tomou a iniciativa após moradores solicitarem uma providência contra a população de rua no entorno do prédio e assinarem um abaixo-assinado concordando com a contratação. Foram apenas 33 assinaturas de um total de 90 apartamentos.
No balanço do condomínio, consta o nome de uma pessoa identificada como Alexandre Silva e, ao lado, "Serv retirada moradores rua - 400,00". A Prefeitura de São Paulo, no entanto, alega que o serviço é irregular e que encaminhou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo.
O abaixo-assinado dos moradores do prédio afirma que a população de rua gera "sujeira" e "desvalorização no preço dos imóveis" da região. Segundo uma moradora, em entrevista ao Universa, a síndica do prédio disse que não seria contratada uma empresa de segurança particular, mas sim uma única pessoa que seria responsável por tirar os moradores de rua "do jeito dela".
No Twitter, o pré-candidato à Prefeitura de SP, Guilherme Boulos (PSOL), criticou a iniciativa. "Vergonhoso! Condomínio no centro de SP contrata serviço para retirar moradores de rua da frente do prédio. São Paulo tem mais de 25 mil pessoas em situação de rua. São seres humanos, não lixo ou entulho", escreveu.