Zambelli terá que se explicar à Justiça sobre matrícula do filho em Colégio Militar sem concurso público

O comandante do Exército, general Edson Pujol, também foi citado na Ação Popular que contesta a matrícula do filho da deputada bolsonarista em um colégio militar de Brasília que exige concurso público

Carla Zambelli (Agência Câmara)
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Uma das deputadas mais radicais do bolsonarismo, mergulhada em casos de fake news, Carla Zambelli (PSL-SP) terá, agora, que se explicar à Justiça sobre a matrícula de seu filho de onze anos em um colégio militar de Brasília.

Nesta segunda-feira (31), a juíza Noemi Martins de Oliveira, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou a citação da parlamentar e também do comandante do Exército, general Edson Pujol, na Ação Popular protocolada por um advogado que questiona a matrícula do filho de Zambelli no Colégio Militar.

Isso porque o menino foi matriculado no colégio sem ter prestado concurso público, o que é obrigatório para o ingresso na instituição. Para se ter uma ideia da concorrência no Colégio Militar, em 2017 houve 1.212 candidatos para 25 vagas oferecidas para o sexto ano, uma relação de 48 candidatos por vaga.

À época, para justificar a matrícula do filho sem concurso público, Zambelli afirmou estava respaldada pelo artigo 92 do Regulamento dos Colégios Militares, que diz de forma genérica que casos considerados especiais poderão ser apreciados pelo Comandante do Exército. No entanto, não aborda, especificamente, o ingresso de estudantes na instituição.

Para o advogado Arthur Oliveira Dias da Silva, autor da Ação Popular contra a deputada bolsonarista, o comandante do Exército utilizou um "subterfúgio questionável para justificar o ingresso obscuro do estudante no Colégio Militar de Brasília".

Nem o comandante do Exército e nem Zambelli se pronunciaram sobre a determinação da Justiça para que eles prestem esclarecimentos.