Doria diz que despreza aqueles que criticaram primeira-dama por dizer que morador de rua é "preguiçoso"

Governador acusou "extrema-esquerda" e "extrema-direita" de edição da fala em que Bia Doria afirmou que parte da população em situação de rua é "preguiçosa"

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Na tentativa de defender a esposa, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), partiu para o ataque. O tucano afirmou nesta segunda-feira (31) que Bia Doria foi vítima de setores da "extrema-esquerda e da extrema-direita", que teriam editado uma fala da primeira-dama para tentar prejudicar a sua imagem.

O governador se refere ao episódio ocorrido na última sexta-feira (28) em que a primeira-dama do estado, na ocasião do encerramento da Campanha Inverno Solidário 2020, mais uma vez, ofendeu as pessoas que vivem em situação de rua.

Bia Doria afirmou que muitas dessas pessoas estão na rua por preguiça. "Geralmente é ou a bebida, ou é desamor em casa, ou é algum problema químico e as pessoas vão para a rua. E também tem os preguiçosos que a gente sabe, mas a gente não pode falar, tem que só ajudar", disse.

Dizer que há pessoas vivendo em situação de rua por pura preguiça pegou mal. Internautas lembraram de uma conversa anterior que a primeira-dama teve com uma amiga, gravada em vídeo, em que desaconselhava ajudar pessoas que não tem onde morar.

Isso se deu no dia no dia 3 de julho. Bia Doria havia dito em conversa com a socialite Val Marchiori que muitas pessoas em condição de miserabilidade "gostam" de morar nas ruas.

Nas redes sociais, o vídeo foi bastante criticado.

Bia Doria, então, foi ao seu Instagram e defendeu-se: "Infelizmente, tiraram do contexto uma frase dita por mim em um vídeo que está na internet. O que quis dizer é que, se conseguirmos convencer as pessoas que vivem nas ruas a irem para os abrigos públicos, onde terão alimentação de qualidade dentro das normas de higiene da vigilância sanitária, traremos mais qualidade de vida para elas".

Dessa forma, Bia tentou colocar sua fala em outro contexto.

Agora, João Doria usou o mesmo argumento da esposa para tentar defendê-la, dizendo que a fala da primeira-dama fora editada e tirada de contexto.

Em julho, a primeira-dama, que é presidente do Fundo Social de São Paulo, não apenas tentou se esquivar da fala infeliz, ela se desculpou. "Peço desculpas se a maneira como falei deu a entender que não devemos amparar quem vive em vulnerabilidade. Eu tenho a consciência tranquila, porque sei o que faço todos os dias pelos mais carentes", declarou.

O marido, por sua vez, já não teve a mesma humildade. Na fala desta segunda-feira, ao defender a esposa, ele atacou: "É a mesma circunstância que motivou observações feitas nas redes sociais por extremistas, de esquerda e direita. A eles, meu desprezo", disse o tucano, afirmando que despreza tanto "os que são de extrema-esquerda quanto só de extrema-direita que adoram fazer edição de áudio, imagem para fazerem suas críticas. Eu prefiro o trabalho que a Bia Doria vem fazendo, de atenção, de atendimento às pessoas em situação de rua, levando ela mesmo cobertores, máscara, álcool gel, inclusive aos finais de semana".