Em meio à pandemia, comunidade indígena isolada faz contato com outra aldeia no Acre

Indigenistas temem que possível contágio dos índios com o coronavírus poderia dizimar a comunidade, que não conta com suficiente resposta imunológica para resistir sequer a gripes mais simples

Mulher e filha da comunidade Kulina Madiha, no Acre (foto Instituto Socioambiental)
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Uma reportagem do jornal O Globo, publicada neste sábado (15), informa que a aldeia Terra Nova, onde vive a comunidade dos Kulina Madiha – nas proximidades do rio Envira, perto da fronteira do Acre com o Peru –, foi contactada por outra comunidade de indígenas da mesma região, e que viviam isolados.

A informação foi confirmada pelo Cazuza Kulina, que relatou a chegada de um indígena sozinho, a cerca de uma semana, que passou a noite na casa de um morador local. No dia seguinte, um grupo de entre 10 e 20 homens, mulheres e crianças também chegaram.

Indigenistas consideram este tipo de contato por parte de comunidades isoladas como algo muito raro, e temem que a situação pode resultar trágica, devido ao risco de que eles possam ser contagiados pelo novo coronavírus.

Devido ao isolamento, os membros de comunidades indígenas isoladas não possuem memória imunológica suficiente para resistir sequer a gripes mais simples. Além disso, a área onde vive a tribo Kulina Madiha está em um dos pontos da Amazônia onde não existem barreiras sanitárias instaladas pelo governo federal.