Nívea Valle del Maestro, a mulher que afrontou o superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária do Rio, Flávio Graça, com a frase que já virou até meme “Cidadão, não. Engenheiro civil, formado”, afirmou em entrevista ao G1, nesta quinta-feira (9), que sua fala foi tirada do contexto.
“Então, esse ‘cidadão’ se tornou algo pejorativo, não era um substantivo. Senti aquilo de uma forma agressiva. Naquele momento, eu interferi e disse que ela um engenheiro civil formado. Quando disse ‘melhor do que você’, quis dizer que ele sabe o que fazer aqui e fiscal, não.”
Ela disse ainda que talvez possa “reconhecer que houve um excesso que, descontextualizado, ficou ainda pior. Dentro do contexto, nem acredito que tenha acontecido tanto excesso assim. Mas realmente, eu quando olho aquela cena fico com raiva daquela mulher. Não é possível que uma pessoa, do nada, aja daquela maneira. Mas não foi do nada. Existe um contexto, existe uma história. Existem atos antes e depois”.
Ao final da entrevista, ela afirma que o episódio trouxe sequelas. Ela perdeu o emprego e disse que os dois vêm sofrendo ameaças, no que classifica de "linchamento virtual".
Com medo e desempregados, os dois também devem se mudar, já que não têm mais como pagar o aluguel.
“Nós já estamos sendo condenados sem direito de defesa. Nossa vida acabou. Perdemos nossos empregos e estamos sendo achincalhados. Estou recebendo ameaças por telefone e todos os nossos dados pessoais foram parar na internet. Os efeitos que isso causou na gente são desproporcionais”, encerra.