O empresário Ricardo Nunes, fundador da rede Ricardo Eletro, foi solto nesta quinta-feira (9), depois de prestar depoimento por cerca de três horas ao Ministério Público de Minas Gerais, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
O empresário foi preso na última quarta-feira (8), em São Paulo, na operação Direto com o Dono. A investigação da força-tarefa composta por Promotoria de Minas, Polícia Civil e Secretaria da Fazenda aponta sonegação fiscal de R$ 387 milhões, entre 2014 2019, e lavagem de dinheiro em empresas controladas por Nunes. Segundo a defesa dele, a prisão foi revogada por decisão judicial.
Para o MP de Minas, ele seguiu à frente da Máquina de Vendas, nome do grupo, mesmo depois de sua saída oficial, o que a defesa de Nunes e a empresa negam. A varejista está em recuperação extrajudicial desde o ano passado e possui dívidas tributárias em vários estados onde opera.
Em 2019, a Máquina de Vendas tinha receita anual estimada em R$ 5,5 bilhões e já esteve entre as dez maiores varejistas do país. Ainda segundo a investigação, apesar das dificuldades da empresa, Nunes é proprietário de dezenas de imóveis, fazendas e tem participação em shoppings da região metropolitana de Belo Horizonte.
A Ricardo Eletro faz parte do grupo de empresas que defendem ou já defenderam o presidente Jair Bolsonaro, junto com Centauro, Havan, Smart Fit, entre outras. A página no Facebook do grupo de empresários do Brasil 200, por exemplo, que apoiou atos golpistas contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, já compartilhou notícias favoráveis a Pedro Bianchi, CEO da Ricardo Eletro.