O engenheiro civil Leonardo Barros, que usou de sua formação acadêmica para intimidar um fiscal da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro no último sábado (4), pediu e recebeu em maio a primeira parcela do auxílio emergencial do governo. As informações são do jornal Extra.
Bolsonarista, Barros se descrevia nas redes sociais como “pai, casado, engenheiro, atleta amador, mergulhador. Direita, anti-PT, anti-PSOL, anti-PC do B, anti extrema imprensa” mas, após a repercussão negativa do episódio da agressão, apagou seus perfis.
Entenda
Junto da esposa, Nívea del Maestro, Barros tentou intimidar um fiscal da vigilância sanitária que tentava impedir aglomeração em um bar no Rio.
“Cadê a sua trena? Como você mediu as pessoas?”, disse o homem. “Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você”, completou a mulher.
Em entrevista ao jornal Extra, o fiscal Flávio Graça afirmou que não se sentiu intimidado e criticou o comportamento do casal. O fiscal contou que sempre registra a situação dos locais com o celular, para dar legitimidade, e começou a ser atacado quando iniciou as filmagens. “Eles vieram e disseram que eu não tinha direito de gravá-los e pediram direito à imagem. Logo em seguida, falaram que iriam anotar o meu nome”, disse.
“Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exerceram. Ela achou que cidadão é ofensa e não é. Quando eles falam aquilo, não nos atingem. Todos são formados e com curso superior. Ficou feio para ela, para a imagem do carioca”, afirmou.
Demissão
A mulher que tentou intimidar o fiscal da Vigilância Sanitária após participar de aglomeração no Rio de Janeiro foi demitida da empresa que trabalha. A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) publicou uma nota em suas redes sociais nesta segunda-feira (6) comunicando o desligamento de Nívea del Maestro.
“A TAESA tomou conhecimento do envolvimento de uma de suas empregadas em um caso de desrespeito às leis que visam reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio, sobretudo em um momento no qual o número de casos da doença segue em alta no Brasil e no mundo”, afirmou a empresa.