O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) se tornou réu nesta quarta-feira (29) sob acusação de lavagem de dinheiro transnacional na Justiça Federal. O juiz Diego Paes Moreira aceitou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal em São Paulo.
A filha do tucano, Verônica, também se tornou ré no mesmo processo, que está sob sigilo. O senador foi denunciado no último dia 3, quando também virou alvo da Operação Revoada, que fez busca e apreensão em sua casa.
De acordo com o Ministério Público, Serra teria cometido crimes até 2014. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal decidiu que crimes atribuídos ao senador cometidos até 2010 estavam prescritos.
Segundo a denúncia, Serra "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul" nos anos de 2006 e 2007.
"Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", diz o documento.
As investigações apontam que José Amaro Pinto Ramos, que seria um operador do tucano, e Verônica Serra abriram empresas no exterior, ocultando seus nomes. Por meio das companhias, teriam sido recebidos pagamentos da Odebrecht para Serra, quando ele era governador de São Paulo. O tucano comandou o estado de 2007 a 2010.
"Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça", diz outro trecho da acusação.
Serra ainda não se manifestou.