Cresce o número de anúncios em páginas de emprego no Facebook de mulheres que têm oferecido serviços domésticos em troca de comida. A maioria sofre com desemprego em meio à pandemia do coronavírus.
"Quem estiver precisando de uma boa organização, ou para cozinhar, lavar, cozinhar, nos chame, ou troco por alimentos como leite, arroz, feijão, ovos, porque as nossas compras estão chegando a zero, e estou muito preocupada", escreveu uma dessas mulheres no Facebook.
Em entrevista ao Universa, a moradora de Pacajus, a cerca de 50 quilômetros de Fortaleza, afirma não ter outra opção. Separada, com dois filhos desempregados e um neto de sete anos morando com ela, a mulher tem feito o que pode para garantir comida em casa durante a pandemia.
"Que opção eu tenho? Moro em uma cidade pequena, longe de Fortaleza, onde teria mais oportunidade de trabalho. Lá, a diária custa R$ 100, mas gastaria cerca de R$ 40 só de passagem. Aqui eu faxino o dia inteiro e, quando termino, me dão arroz, feijão, fralda, leite. E tem umas pessoas que dão mais R$ 20", conta.
A comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, criou uma iniciativa para auxiliar as trabalhadoras domésticas durante a pandemia. O projeto "Adote uma Diarista" vem reunindo doações de cestas básicas, kits de higiene e dinheiro e distribuindo a essas mulheres. Mais de mil trabalhadoras foram beneficiadas com as cestas e os kits.