O número de assassinatos no Brasil em março deste ano, mesmo com a pandemia e o isolamento social, teve uma alta de 11% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
A ferramenta aponta 4.146 mortes violentas em março de 2020 enquanto que, no mesmo mês no ano passado, foram 3.729.
Já considerando o trimestre, período em que Sérgio Moro ainda era o ministro da Justiça, foram 11.908 vítimas de assassinatos neste ano contra 10.924 em 2019, uma diferença de 984 mortes em um aumento de 9%.
O mês de março, por coincidência, foi o período em que a pandemia do coronavírus ganhou força no Brasil. A primeira morte foi registrada em 17 de março, em São Paulo.
Foi também o mês em que vários estados começaram a aplicar medidas de fechamento de comércio e isolamento social. Mas, mesmo com a circulação de pessoas mais restrita, houve um aumento de assassinatos de forma geral em todo o país.
Para Bruno Paes Manso, do NEV-USP, esse crescimento no contexto atual de quarentena é preocupante. Ele afirma que ainda é cedo para apontar as causas por trás da alta da violência, mas aponta que a hipótese relacionada a um aumento nos conflitos entre grupos criminosos se sobressai.
"Esse tipo de homicídio não está relacionado a conflitos cotidianos e ocasionais, como os decorrentes de briga em bar, em trânsito etc. São assassinatos relacionados a disputas de poder, de mercado, de território, envolvendo execuções sumárias previamente planejadas. Os homicidas vão buscar a vítima não importa onde ela esteja", afirma.
Veja o levantamento completo no G1