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As histórias do livro Marisa Letícia Lula da Silva, biografia escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi, retratam uma mulher comum, dona de casa e de passado simples. Contudo, também resgata a força de uma mulher que enfrentou machismos, fez passeatas, estudou política e que teve papel fundamental na formação do Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta segunda-feira, completam-se três anos de sua morte por aneurisma cerebral.
Em entrevista ao Universa, do UOL, Vannuchi comenta que, por conta do machismo da época, Dona Marisa não recebeu o valor que merecia. "Temos uma história de muito machismo ao longo da história do Brasil. A Marisa mereceria a carteirinha de número dois de fundadora do PT, mas nunca esteve numa plenária e nem é chamada de fundadora do PT", afirma.
"Ela foi uma personagem fundamental, o núcleo mais importante da fundação do partido era formado por ela, que ainda fazia todas as camisetas. Ela chegou a fazer 100 camisetas por dia na cozinha", continua.
Um dos pontos levantados pelo jornalista na biografia de Dona Marisa é sua origem humilde e simples, assim como é a de Lula, o que refletiu em uma leitura classista e preconceituosa contra ambos.
"Acho que Marisa teve uma coisa muito diferente, fora da curva, de sofrer muito preconceito. Acho que isso tem a ver com a origem. Os dois tiveram essa abordagem classista e preconceituosa. Tinham brincadeiras do tipo, tadinha da Marisa, vai ter que lavar toda aquela vidraça do Alvorada", conta.
A biografia, que tem 408 páginas e 40 fotografias, atualmente está em pré-venda. Seu lançamento está marcado para o dia 6 de fevereiro, em São Paulo.