Um grupo de pessoas em situação de rua e dependentes químicos que frequentam a região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo (SP), promoveu um arrastão contra motoristas e pedestres que passavam pela Alameda Nothmann e rua Conselheiro Nébias.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o grupo depredando carros e até mesmo abrindo as portas dos veículos para assaltar os motoristas.
As cenas causaram revolta nas redes sociais e foram utilizadas por figuras de extrema-direita para justificar ações violentas do Estado na região.
O arrastão, no entanto, teria sido motivado justamente por uma ação violenta da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar contra os dependentes químicos.
Segundo o padre Júlio Lancelotti, que faz parte da Pastoral do Povo da Rua e atua com trabalho social na região, os agentes de segurança atacaram os usuários de crack momentos antes das cenas que circulam nas redes sociais.
"Inaceitável a violência contra pessoas que passam pelo local . Poucos sabem que antes a PM e GCM atacaram os usuários e neste momento não estão presentes para coibir e evitar esta situação violenta", denunciou o pároco.
Relatos de moradores da região vão no mesmo sentido. Segundo o Jornalistas Livres, os dependentes químicos tiveram, inclusive, pertences destruídos pelos policiais, o que teria motivado a revolta observada no arrastão.
Fórum confirmou com moradores da região que houve ação violenta da GCM, inclusive com lançamento de bombas de efeito moral. No momento do arrastão, entretanto, não havia policiais na região.
A Polícia Militar só chegou ao local depois que o arrastão já havia sido consumado. A corporação fala em "agitação espontânea" dos dependentes químicos.