No dia 30 de dezembro de 2020 a cidade do Rio de Janeiro alcançou a marca de 14.743 mortos por covid-19. No Brasil, foram 1.194 óbitos, o maior número desde agosto, no auge do primeiro ciclo da pandemia. Isto não impediu, no entanto, que centenas de pessoas realizassem uma festa nas areias de Ipanema, mais precisamente na altura do Posto 9, que deixou internautas indignados.
Os “Inocentes do Leblon”, como dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade, em um texto de 1940 (veja abaixo), não estavam seguindo nenhuma das recomendações de distanciamento social e, em sua maioria, não usavam máscara.
Isto tudo, apesar de um decreto assinado dia 28 deste mês, pelo prefeito em exercício, Jorge Felippe, proibindo a realização de festas até o dia 01 de janeiro às 06h.
A Prefeitura cancelou este ano os shows e a queima de fogos na orla de Copacabana no réveillon e montou um esquema com 54 pontos de bloqueio para controlar o acesso das pessoas à orla da cidade, do Leme ao Recreio, no Pontal. Entre as 20h do dia 31 — quando tradicionalmente as praias começam a lotar, sobretudo a de Copacabana — e às 3h do dia 1º, ônibus e vans não poderão mais entrar na região.
Na noite de terça-feira (29), bombeiros e policiais militares do 23º BPM (Leblon) interditaram uma festa de música eletrônica que acontecia desde as 14h no Faro Beach Club, no Leblon, Zona Sul da cidade. O evento irregular estava promovendo aglomeração com a pista de dança superlotada, com cerca de duas mil pessoas no espaço.
Inocentes do Leblon (Carlos Drummond de Andrade)
Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.
Com informações do Extra