Depois de cortar a gratuidade no transporte público de ônibus municipais e intermunicipais, trem e metrô para idosos entre 60 e 65 anos, o governo de São Paulo e a prefeitura da capital anunciaram, nesta terça-feira (29), que não vão reajustar as tarifas do transporte público em 2021.
Em nota conjunta, o governo João Doria (PSDB) e a prefeitura, liderada pelo também tucano Bruno Covas, reeleito em novembro, disseram que “os valores das passagens para Metrô, CPTM e ônibus municipais permanecerão os mesmos, de R$ 4,40”, no próximo ano.
O motivo, segundo o comunicado, foi “a crise econômica e sanitária vivida pelas famílias causada pela pandemia da Covid-19”. O sistema de transporte público da capital tem cerca de 8 milhões de passageiros por dia, considerando os três modais.
Quando anunciou o corte no benefício para a faixa de 60 a 65 anos, os governos tucanos justificaram da seguinte maneira: “A mudança na gratuidade acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população, a exemplo da ampliação da aposentadoria compulsória no serviço público, que passou de 70 para 75 anos, a instituição no Estatuto do Idoso de uma categoria especial de idosos, acima de 80 anos, e a recente Reforma Previdenciária, que além de ampliar o tempo de contribuição fixou idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e 62 anos para mulheres”.
Outras fontes de financiamento
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) havia divulgado nota dando conta de que a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes havia anunciado que não havia “previsão” para reajuste nas passagens de ônibus. E ainda que a pasta estudava debater outras fontes de financiamento dos transportes.
O Idec disse que “é uma proposta muito importante da Secretaria de Transportes pautar a discussão de outras fontes de receitas para o setor de transportes”. Para o instituto, “essas fontes são urgentes, o Brasil é muito atrasado neste tema, em comparação com outros países que têm fundos mais organizados”.