Caso de PM que ameaçou colega com arma em SP pode ter sido fruto de assédio moral

Soldado afirma ter “perdido a cabeça” devido a uma bronca que tomou por se atrasado ao voltar do almoço, e que havia pedido acompanhamento psicológico devido a pressão que sofria no trabalho

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O episódio do policial militar que foi flagrado em imagens gravadas por celular enquanto ameaçava um colega com sua pistola, em um local do Centro de São Paulo, no dia 4 de dezembro, pode ter sido resultado de mais um caso de assédio moral na instituição.

Trechos do depoimento do soldado Felipe Nascimento (que aparece no vídeo apontando a pistola) à Corregedoria da Polícia Militar foram publicados pela Folha de São Paulo, e revelam que ele havia levado uma bronca dos seus superiores após um atraso ao retornar do almoço, o que teria provocado seu comportamento posterior.

“Quando eu estava com a arma apontada para a cabeça dele, passou um filme na minha cabeça. E me arrependi, pensei na minha família, no meu emprego, mas já era tarde. Me arrependo de tudo, de perder a paciência com uma coisa simples”, teria dito Nascimento, segundo o trecho reproduzido na matéria da Folha.

Nascimento também contou que pediu acompanhamento psicológico devido à pressão que sentia no trabalho, e também por problemas familiares e financeiros, razão pela qual vinha sendo observado pelo Naps (Núcleo de Atenção Psicossocial).

“Tive um surto e acabei sacando a minha arma e apontando para o cabo (Márcio) Simão, me alterei dizendo eu que estava ali para trabalhar e não para atrapalhar a vida de ninguém. Foi quando ele fez menção de pôr a mão na arma, prontamente coloquei o dedo no gatilho para defender minha vida e dos outros colegas”, explicou o soldado.

Após o incidente, Nascimento preso, acusado de ameaçar e desrespeitar um superior diante de outro militar.