Cinco anos após tragédia sem punidos, Samarco retoma atividades em Mariana

Em anúncio, prefeito da cidade destacou “geração de emprego”; testemunhas ainda não foram ouvidas no processo criminal; rompimento de barragem matou 19 pessoas

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Pouco mais de cinco anos após o rompimento de sua barragem que matou 19 pessoas, a mineradora Samarco retomou nesta sexta-feira (11) as atividades em Mariana (MG). A licença para a operação foi emitida em outubro deste ano.

O reinício do funcionamento da mineradora foi anunciado pelo prefeito do município, Duarte Jr., em suas redes sociais. Ele registrou o encontro com executivos da empresa que foram informar sobre a retomada.

Na publicação, diz que não haveria cerimônia para marcar o momento, “respeitando as normas e também todos os familiares e vítimas do rompimento da barragem”. Ainda escreveu que reconhecia “reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade”.

Histórico

O rompimento da barragem do Fundão aconteceu em 5 de novembro de 2015. O mar de lama se espalhou pelo distrito de Bento Rodrigues e, no total, 19 pessoas morreram na tragédia.

Mais de cinco anos depois, ninguém foi condenado pelo rompimento. Das 21 pessoas que tinham sido denunciadas em 2016 pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de homicídio qualificado com dolo eventual, cinco continuam respondendo a processo na Justiça Federal. 

No entanto, elas atualmente respondem por crimes de inundação e desmoronamento seguidos de morte, além de delitos ambientais. O crime de homicídio foi retirado do processo em 2019. Vale, BHP Biliton e Samarco são rés neste processo.

Cinco executivos da Samarco e um da Vale ainda respondem pelo lançamento de lama na Barragem de Fundão que teria provocado a instabilidade da estrutura.