A promotora Regina Mondin ofereceu denúncia, nesta segunda-feira (30), contra o contabilista Matheus Abreu Almeida Prado Couto, acusado de praticar ato racista contra o então motoboy Matheus Pires, em julho deste ano. Se a Justiça aceitar a denúncia, Couto passará a ser réu por crime de racismo.
Em um vídeo que viralizou em redes sociais, o contabilista aparece agredindo verbalmente o motoboy, que tinha ido lhe fazer uma entrega de comida no condomínio de luxo onde mora, em Valinhos (SP).
Nas cenas, Couto diz que é rico, chama o então motoboy de lixo e semianalfabeto. Ainda afirma que Matheus Pires tinha inveja do condomínio em que ele mora e da sua cor, com gesto racista característico apontando o braço. O tempo todo, Pires se mantém calmo e responde educadamente, mas de maneira firme.
Na denúncia, a promotora descreve a cena e diz que os atos tiveram objetivo “não só de desqualificar e humilhar o entregador, mas de afirmar sua superioridade e subjugar todos os integrantes da população negra”. Afirma ainda que Couto também imitou um gorila e cuspiu na vítima. Pires chamou a guarda municipal e os GCMs que atenderam a ocorrência são arrolados também como testemunhas.
Além da condenação penal, Regina Mondin pede que Couto seja condenado a pagar indenização por danos morais a Pires e ainda um valor como danos morais coletivos.
Guinada
Se o ataque teve a intenção de humilhar Pires, sua divulgação teve efeito contrário.
O ex-motoboy ganhou motos, uma vaquinha virtual e emprego e mentoria na agência de marketing digital de um ídolo seu.
Na sequência, ele fundou com outros quatro amigos, o o Clã em Rede, plataforma que se propõe a ajudar jovens que buscam trabalho ou uma carreira no mundo digital.
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