A Amazônia teve uma área desmatada de 11.088 km² entre agosto de 2019 e julho de 2020, de acordo com números oficiais do governo federal divulgados nesta segunda-feira (30). O monitoramento é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados do Inpe dão conta de que esse total representa um aumento de 9,5% em relação à temporada anterior, de agosto de 2018 a julho de 2019. Naquele período, foram registrados 10.129 km². Também é a maior área desmatada em um ano desde 2008, quando os sistemas do Inpe contabilizaram uma devastação de 12.911 km².
O monitoramento é feito pelo sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) e emite relatórios anuais. Nesse programa, é considerado o período entre agosto de um ano e julho do seguinte porque esse intervalo abrange tanto épocas de chuva como de seca na região. Assim, ele se torna mais preciso ao detectar efeitos do clima.
Com isso, esse dado é o primeiro divulgado pelo projeto que abrange apenas períodos em que Jair Bolsonaro (sem partido) já estava na Presidência. No número anterior, ainda estavam englobados meses sob o governo de Michel Temer (MDB).
O levantamento do Prodes é realizado desde 1988.
Números parciais
O Inpe destaca, contudo, que os números divulgados nesta segunda-feira são uma estimativa e podem ser revistos. Os dados consolidados serão apresentados no próximo semestre.
Na temporada de agosto de 2018 a julho de 2019, a taxa consolidada acrescentou uma área devastada de 367 km² à estimativa inicial. No dia 18 de novembro do ano passado, á área de desmatamento estimada tinha sido 9.762 km². No início de junho deste ano, o número subiu para 10.129 km².
O Prodes faz o mapeamento com imagens dos satélites Landsat, CBERS e ResourceSat. O sistema consegue quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. Também registra o chamado "corte raso" das florestas, que é a remoção completa da cobertura florestal primária.