Em nota divulgada nesta sexta-feira (20), a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, espancado por dois seguranças do Carrefour em Porto Alegre (RS), “evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira”.
A fala da entidade mundial foi frontalmente contrária à declaração do vice-presidente Hamilton Mourão, que também nesta sexta-feira, ao comentar o caso, disse que não existe racismo no Brasil.
Na nota, a ONU manifesta solidariedade à família de João Alberto. Destaca que “milhões de negras e negros continuam a ser vítimas de racismo, discriminação racial e intolerância, incluindo as suas formas mais cruéis e violentas”.
Por esse motivo, a organização defende que o debate sobre a “eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário, envolvendo todas e todos os agentes da sociedade, inclusive o setor privado”.
No documento, a ONU Brasil exige “plena e célere” investigação do assassinato de João Alberto. Ainda pede “punição adequada dos responsáveis, reparação integral a familiares da vítima e adoção de medidas que previnam que situações semelhantes se repitam”.